O termo letramento surgiu no
Brasil em meados dos anos 80 para a diferenciação do termo alfabetização, visto
que nem sempre o sujeito alfabetizado tinha o domínio da escrita e leitura.
Até o censo de 1940, definia-se
sujeito alfabetizado, aquele que declarasse saber escrever o próprio nome.
A partir do censo de 1950, o
termo alfabetizado passou a ser para o sujeito com capacidade de exercer a
prática de leitura e escrita, mesmo que ainda bastante trivial.
O termo letramento e
alfabetização se confundem no conceito da diferenciação do saber ler e escrever
em relação ao ser capaz de fazer uso da leitura e escrita. Exemplo: saber ler e
escrever um simples bilhete, saber ler, interpretar um texto mais elaborado,
elaborar um texto dissertativo.
Quando se trata sobre a “desinvenção”
da alfabetização, Magda Soares aponta a reorganização do sistema de ciclos como
sendo uma das causas do fracasso na aprendizagem. Isso se deu por ao longo das
últimas décadas é que em vez de fugir da “excessiva especificidade”, o que
ocorreu é que se apagou a necessária especificidade do processo de
alfabetização. Várias foram às causas para essa perda da especificidade e Magda
Soares cita, entre outras, a reorganização do tempo escolar com a implantação
do sistema de ciclos, a progressão continuada, que, mal concebido e mal
aplicado, pode resultar em descompromisso com o desenvolvimento gradual e sistemático
de habilidades, competências, conhecimento.
Segundo a autora, existem falsos equívocos
relacionados ao Contrutivismo.
Ela expõe esse conceito de
letramento e alfabetização, de quando e de que maneira ele foi incorporado e de
como a falta da especificidade tem dificultado no processo de alfabetização, o
que vem tendo como consequência uma nova modalidade de fracasso escolar, o
precário nível de domínio da língua escrita em ciclos ou séries em que esse
domínio já deveria ter sido alcançado. Caracteriza-se o momento atual como
sendo de tentativas de reinvenção da alfabetização, considerada necessária
desde que entendida não como a volta a paradigmas do passado, mas como
recuperação da especificidade da alfabetização em suas múltiplas facetas, e sua
integração com o processo de letramento.